Opinião | Morto ou Vivo


O livro já começa a mil, uma caçada dos marines ao esconderijo do o Emir, o maior inimigos dos EUA (Sim, ele é o Osama Bin Lader do livro, tanto que um dos codinomes usados pela CIA ao se referir a Osama é O Emir), vemos o modo de ação dos marines desde o desembarque ao tereno inimigo à extração de campo.

É um tempo de mudança, Jack Ryan Jr. sofre com a indefinição que sua vida está se tornando, principalmente por ter o pai que é um monumento ao estilo americano. Mesmo sem notar, Jr está seguindo os passos do seu velho e ganhando gosto pela industria secreta privada, criada pouco antes de Jack Ryan deixar a presidência sem concorrer a re-eleição. 

Enquanto na Europa John Clark e seu genro "Ding" Charvez estão sendo praticamente expulso da extinta Rainbow (Gente, parem de achar que o nome da equipe é Rainbow Six, é só Rainbow, Six é codinome do John Clark), mas claro que quando a situação aperta, tem que chamar a direita conservadora para livrar o rabo novamente dos europeus, somos do nada teleportados para uma missão de resgates de tirar o folego, tanto pela ação quanto pela forma que é desenvolvida, não é como no vídeo game em que é um tiroteio sem fim, são no máximo 8 tiros e cada um mais tenso que o outro. Já nesse momento podemos ver que é um pouco da mão do Grant no livro, quando a historia fica monótoma de mais, nos jogam uma perseguição ou tiroteio bem detalhados e totalmente crível (não é nada Bondiano).

Mas como um livro do Tom Clancy, a historia é muito despesa, é como ler um quebra-cabeça, tem hora que não sabemos o porque de estarmos sendo apresentados a forma de como um navio cargueiro funciona, mas lá na frente você saberá o pq teve que perder tempo naquele argumento, e olha que achei bem mais leve, quem já leu A Soma de Todos os Medos sabem o que ter lido a historia de todas as guerras que Israel travou desde sua criação.

Algo que não agradou foi o numero de personagens, são tantos que tem hora que não sabemos mais para onde a historia ta indo e nem quem ta falando, esse é um mau antigo e que o Tom Clancy não corrigiu. Alguns personagens é claro que ganham o destaque como os irmãos Caruso e "Ding".

As partes que mais empolga é a descrição de como uma célula terrorista funciona, é algo de assustar o como os agentes da CIA, NSA e FBI tem que passar para obter informações para combater esse inimigo que não se vence com simples palavras. E esse trabalho não é bonito, não é glamoroso e muito menos simples, envolve pessoas que tem que viver com assassinos, executores e todo tipo de doente metal que acha que ler algo escrito a mil anos está certo e não se importa com ninguém. Também não se engane que os terrorista são apenas fanáticos sem preparo, eles podem está moralmente errados por envolver inocentes e nem por isso devem ser tratados com desdem como muitos acham por ai.

Um dos momentos mais triste é a descrição de uma simples família que acorda no domingo, o marido coloca os filhos pra ver desenhos animados, enquanto se arruma pra ir a igreja e antes de entrar no seu local de fé são cruelmente mortos por um ataque a bomba covarde. E mesmo parecendo gratuito, essa parte serve para da um balanceamento no que viria ainda pelo livro.

Sobre o modo operantes dos terroristas, o autor colocou o Brasil como um cenário e serio, se um dia terroristas resolverem atuar aqui, estamos totalmente despreparados pra tudo, não temos uma força especializada que possa conter os danos de um possível ataque terrorista e não se enganem, sermos um pais cristão nos coloca em rota de colisão com eles inevitavelmente.

Tom Clancy, nunca escondeu seu lado conservador para assuntos de economia, segurança e politica, se engana que com isso ele passou a mão na cabeça pra erros como o governo Bush no tratamento aos prisioneiros em Guatanamo ou em outras prisões secretas. E isso nos leva as duas passagem polemicas do livro, as torturas a dois terroristas, algo bem pesado e descrito de forma crua. Mas ao menos Clancy não usou ela de forma sádica (igual a 24 horas que na sexta temporada extrapolou o limite por apenas sadismo, o que me leva a uma critica a sociedade que sempre perdia mais cenas violentas em 24 horas e hoje em dia faz post criticando aqueles que eles não conhecem). A descrição dos métodos usados pelos interrogadores são de uma crueldade que os próprios se questionam sobre o que estão fazendo. a ultima tortura do livro é descrita pelos olhos dos interrogador e do torturado, são 10 paginas que você se pergunta como um ser humano é capaz de chegar. Mas não estou pra defender ou condenar e sim apenas apresentar um fato que ocorre no livro.

Morto ou Vivo é um livro com quase 700 paginas, é pesado, forte, critica muito pontos da sociedade americana, e por mais que seja um sucesso internacional esse livro é totalmente votado ao publico interno. Nos é apresentados vários personagens e muitos saem de cenas sem nem notamos, foi um livro cansativo de ler por todos os fatores ja presentados, embora no final nos queremos mais e mais dessa historia. Infelizmente Morto ou Vivo foi o ultimo livro do Tom Clancy publicado no Brasil, uma pena pois os próximos dois livros dessa sequencia são continuação direta desses acontecimentos.
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